Comunidades quilombolas, indígenas, rurais e de terreiro da Bahia foram beneficiadas pelo Governo do Estado com 18 unidades móveis de casas de farinha de mandioca, sete tratores e 13 kits de costura na tarde desta terça-feira (8), durante cerimônia em Salvador. Os equipamentos entregues são voltados à geração de renda de povos e comunidades tradicionais e somaram R$ 4,2 milhões de recursos da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) para o desenvolvimento regional.
Segundo a secretária de promoção da igualdade racial Fabya Reis, os equipamentos também são destinados ao desenvolvimento sustentável. “Essas comunidades já produzem, têm a cadeia da mandioca, por exemplo, e vão poder usar esse equipamento compartilhando seu uso e fortalecendo a produção que amplia também a participação em feiras locais, regionais. Isso é um fortalecimento no eixo de desenvolvimento das nossas comunidades tradicionais da Bahia”, destaca a gestora.
As aquisições foram entregues aos representantes das comunidades no Parque de Exposições, em Salvador, com alguns dos equipamentos em funcionamento para demonstração do seu uso. Uma das casas de farinha instaladas mostrou como são todas as etapas do processo de produção da farinha de mandioca. Um dos produtores beneficiados Valmir dos Santos, liderança quilombola do Quilombo de Tijuaçu, conta como essa infraestrutura vai ampliar sua produção em 2023. “A gente sabe como é importante a tecnologia avançar, chegar nesse porte, porque hoje a gente vai ter possibilidade de fabricar nosso produto no meio da roça, isso está facilitando nossa vida. Com a casa de farinha itinerante vamos poder produzir até mil quilos de farinha durante um dia”, afirmou.
No local também foram apresentados os tratores entregues pelo Estado, que beneficiarão pequenos agricultores que trabalham nas cidades de Senhor do Bonfim, Porto Seguro, Planaltino, Aramari, Juazeiro, Santa Cruz de Cabrália e Cardeal da Silva. Midiana Santos, agricultora pataxó Medonha, de Santa Cruz de Cabrália, explicou que os mais velhos da sua comunidade sentem dificuldade de fazer o manejo da terra manualmente e que com os tratores será possível preservar a tradição agrícola do seu povo com uma capacidade de produção maior. “A gente quer ampliar nossa produção, que é antiga, de alimentos orgânicos, para outras pessoas”.
As mulheres das comunidades de terreiro e ONGs da Região Metropolitana de Salvador, do recôncavo baiano, de cidades da Chapada Diamantina, do Litoral Sul da Bahia e do Sertão do São Francisco receberam um kit com quatro máquinas de costura industriais que trabalham com técnica de costuras diferentes para ampliar as confecções de roupas e indumentárias essenciais dos povos de terreiro.
Repórter: Milena Fahel